quarta-feira, 22 de maio de 2013

Hamamatsu quer 'flexibilidade' sobre o caso dos 300 mil ienes

"O governo não mostrou normas definidas", disse o prefeito da cidade sobre uma brasileira que processou o Japão por não ter conseguido visto

voltar ao JapãoO prefeito de Hamamatsu (Shizuoka), Yasutomo Suzuki, disse que o governo precisa adotar uma postura flexível em relação a uma brasileira que está processando o Japão por não ter conseguido visto depois que seus pais se beneficiaram com a ajuda de retorno de 300 mil ienes, em 2009.

“O governo japonês não mostrou normas definidas. Acredito que é preciso tomar medidas flexíveis para cada caso em questão”, disse o prefeito em entrevista coletiva nesta semana, segundo o jornal Mainichi. Suzuki afirmou, ainda, que deverá ficar atento à posição do Japão sobre o processo da brasileira.

Uma jovem que retornou ao Brasil com os pais em 2009, utilizando a ajuda financeira do governo japonês de 300 mil ienes por pessoa, moveu uma ação judicial há duas semanas, por intermédio de advogados no Tribunal de Shizuoka, exigindo que o Japão conceda o visto de permanência para que ela possa voltar a morar no país.

Segundo o jornal Mainichi, o marido da brasileira, que atualmente mora na província de Shizuoka, solicitou o visto dela no escritório de Imigração de Hamamatsu, que negou o pedido alegando que as pessoas que receberam ajuda para retornar ao país de origem ainda não estão podendo voltar ao Japão.

Os pais da jovem perderam o emprego em 2009 e solicitaram a ajuda de 300 mil ienes por pessoa para retornar ao Brasil, levando toda a família. Na época, a jovem tinha 17 anos de idade e agora alega que era menor de idade quando os pais receberam a ajuda, incluindo a parte dos filhos.

Ela se casou no Brasil e o marido, de 22 anos, que tinha retornado com o próprio dinheiro, decidiu voltar ao Japão no ano passado. A moça, agora, quer morar novamente em Hamamatsu juntamente com o marido.

Na época em que o governo japonês criou essa ajuda para que os estrangeiros desempregados pudessem retornar ao país de origem, no auge da crise financeira, uma das implicâncias era de que o beneficiado não poderia voltar ao Japão por pelo menos três anos. No entanto, já se passaram quatro anos desde que a brasileira foi embora.

Segundo o Mainichi, o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social alegou que, por enquanto, nenhuma pessoa que recebeu a ajuda pode voltar ao Japão, mesmo já tendo passado mais de três anos, porque o mercado de trabalho ainda não se recuperou desde a crise iniciada em 2008.

Em todo o Japão, 21.675 estrangeiros foram beneficiados com a ajuda financeira de retorno ao país de origem. A província de Aichi teve o maior número de pedidos, chegando a 5.805, seguida por Shizuoka, com 4.641.
Fonte: Alternativa